Delegado diz que prontuário médico considera "erro grotesco" a transfusão de sangue que pode ter causado morte de paciente no Husm

Autor: Colaboraram: Marcos Fonseca e Mateus Ferreira

Delegado diz que prontuário médico considera

Foto: Vinicius Becker (Diário)

A Polícia Civil de Santa Maria investiga a morte de uma paciente de 59 anos que recebeu sangue incompatível durante uma transfusão no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). O caso ocorreu no início de agosto e, conforme o delegado Adriano De Rossi, titular da Delegacia de Homicídios, a principal linha de apuração é de homicídio culposo.


– O prontuário médico se refere a isso como “um erro grotesco”. Após o início da infusão, a paciente já começou a apresentar sintomas de reação transfusional aguda. Aparentemente, tudo leva a crer que o óbito possa ter sido causado pela transfusão equivocada – afirmou o delegado ao programa Fim de Tarde desta quarta-feira (20) na Rádio CDN.


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Segundo a investigação, a vítima, que tinha tipo sanguíneo O, recebeu sangue do tipo AB. O prontuário indica ainda que a bolsa não era destinada à paciente, mas a outra pessoa internada.


O que já foi apurado

A vítima era cabeleireira e moradora de Tupanciretã. Ele veio em 5 de agosto para Santa Maria, junto da filha, para dar continuidade ao tratamento contra um câncer no Hospital Universitário. 


A filha da vítima relatou em depoimento que a enfermeira responsável pela aplicação não conferiu a identificação antes de iniciar o procedimento. Ela também afirmou ter estranhado a prescrição, já que a mãe não tinha indicação para transfusão.


A profissional de saúde, citada pela filha como responsável, foi ouvida na condição de investigada, mas optou por permanecer em silêncio. Nos próximos dias, médicos e outros integrantes do corpo clínico do hospital serão chamados a depor.


– Precisamos entender como funciona toda a metodologia do Husm. Queremos verificar se esse tipo de checagem da bolsa com o nome do paciente é habitual ou não e o que de fato aconteceu nesse caso – explicou De Rossi.


O delegado reforçou que o resultado da necropsia será decisivo para confirmar a causa da morte. 


– Só a necropsia pode fechar essa questão. A partir daí, será possível avaliar se haverá indiciamento ou não – concluiu.


Ao Diário, uma irmã da paciente informou que a família está muito abalada. Ela não preferiu não se manifestar sobre o caso. 


– Não tenho força para falar. É uma dor imensa – revelou. 


A cabeleireira foi sepultada em 7 de agosto no Cemitério Municipal de Tupanciretã. 


Relembre o caso

A paciente foi internada no dia 5 de agosto para tratamento de câncer. No dia seguinte, teria recebido a bolsa de sangue errada, sofreu uma reação grave, foi levada à UTI e morreu na manhã de 7 de agosto.  


O que diz o Husm

Em nota, o Hospital Universitário confirmou a abertura de investigação interna e declarou solidariedade à família:


“O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), informa que já iniciou uma investigação para apurar os fatos que resultaram no falecimento de uma paciente na manhã de quinta-feira (7). A instituição permanece à disposição das autoridades para colaborar no que for necessário. Nesse momento de profunda dor, o Husm se solidariza com os familiares e amigos da paciente, oferecendo todo o apoio necessário e reafirmando seu respeito à vida, à dignidade humana e à confiança depositada na instituição.”

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